quarta-feira, 30 de abril de 2008

O que fazer se "cair" num buraco em via pública urbana!

Bom, eu não faria nada, por que ando correndo de litígio, sério! Outro dia disse para meu companheiro que eu pagava o dobro do valor do vinho só para ele não voltar no estabelecimento e reclamar que tava "vinagrado". Imaginei logo que o atendente nem saberia o que era isso. Bom, acho que tão poucas pessoas reclamam que ele aceitou na hora o argumento. Já reclamei na Oficina do Sabor, em Olinda, da comida, e não paguei a refeição. Foi bom, mas litígio, tou fora. Se você tiver paciência, eis as sugestões:
1ª sugestão: Colete logo os dados de suas testemunhas, na loucura da correria do dia-a-dia elas logo irão embora, ou pegue testemunhas de funcionários de lojas próximas, pois não estarão dirigindo, e caso mudem de endereço, você saberá onde localizá-los. Fotos são bem vindas ,mas não prova o nexo causal( que o buraco foi responsável pelos danos), pois alguém poderia fraudar o "acidente" e colocar o carro perto do buraco, então somente fotos não convencem nenhum juiz. Testemunhas são essenciais, no mínimo 2!
2ª sugestão: Faça pelo menos 3 cotações de oficinas, a Prefeitura não é obrigada a pagar pela mais cara. Mas cada caso é um caso, tem que verificar o custo-benefício. Eu, por exemplo, só coloco meu carro em concessionária, e posso provar isso. Então se for escolher a que não seja mais barata justifique e junte provas do motivo de sua opção.
3ªsugestão: É certo que você será indenizado pelos danos materias, ou seja, pelo seu prejuízo direto. Então se for pedir também danos morais junte bastante provas. Exemplo: Você estava indo para o casamento de sua filha, e se atrasou... era dia dos namorados... perdeu um vôo importante... mais uma vez, cada caso é um caso!
4ª sugestão: Pense que você fez um título de capitalização que não sabe quando receberá um prêmio. E relaxe. A la Marta Suplicy. Beijos a todos e a todas!

BURACO EM VIA URBANA - RESPONSABILIDADE

Cabe, assim, ao ofendido, na demanda em que esteja perseguindo a reparação, provar o dano (e sua extensão) e o nexo causal, sem outras perquirições quanto à autoria ou a eventual culpa (no sentido amplo) do agente administrativo.
O Município é o responsável pela indenização, nos termos do art. 37, § 6°, da Constituição.
No exercício de sua competência constitucional (arts. 29 e 30), o Município deve zelar pelas vias urbanas, decorrendo daí a sua responsabilidade pela existência do buraco na via pública, ainda que se considere que não foi servidor municipal quem o causou.
É responsável o Município pelo dano decorrente da abertura de buraco em via pública, pois lhe cabe, com exclusividade, zelar pela regularidade do tráfego, inclusive gerenciando a atividade das agências governamentais cujas atividades possam repercutir na utilização das vias públicas, como decorre do disposto nos arts. 29 e 30 da Constituição, sobre a sua autonomia no que diz respeito ao interesse local.
Se o buraco decorreu de atividade de órgão ou servidor municipal, a responsabilidade funda-se em ato comissivo; se não se apurou a autoria do buraco, ou mesmo se o Município não exerceu, com eficiência, o seu dever de gerenciar a via urbana, mesmo assim a ele será imputada a responsabilidade, a título omissivo.
Enfim, a questão do buraco em via pública confunde-se com o próprio direito de cidadania ou de afirmação da dignidade da pessoa humana perante os demais membros da comunidade.
Buraco em via urbana
Nagib Slaibi FilhoMagistrado – RJ
Professor – EMERJ e UNIVERSO

MPPE consegue suspender cobrança da taxa tapa-buraco do Recife


Por 13 votos a 1, a Corte Especial do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) concedeu liminar suspendendo a eficácia da Lei que instituiu a taxa de conservação e manutenção das vias públicas do Recife, mais conhecida como taxa tapa-buraco. A Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) foi ingressada pelo procurador-geral de Justiça, Paulo Varejão, no dia 27 de março.

De acordo com a ação movida pelo Ministério Público de Pernambuco (MPPE), a taxa tapa-buraco do Recife corresponde a um serviço público geral, prestado indistintamente a todos, sem que seja possível aferir o proveito que cada indivíduo retira dele. Cobrança deste tipo é típica de imposto e a Constituição estadual veda a geração de taxa em casos assim.

A Constituição determina, ainda, que os municípios só podem criar taxas para custear o exercício do poder de polícia ou em razão de serviços públicos específicos e divisíveis. Ou seja, uma taxa só pode ser cobrada do cidadão como pagamento por um serviço prestado especificamente a ele – o que não é o caso da taxa tapa-buraco, que acaba beneficiando indistintamente a todos os cidadãos. No entanto, taxa é cobrada anualmente apenas de quem possui veículo, junto com o Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA).

O argumento do MPPE foi plenamente acatado pelo relator do processo, desembargador Sílvio Beltrão, e seguido pela quase totalidade dos magistrados. A Prefeitura do Recife pode recorrer da decisão.


A taxa é cobrada em parcela única na primeira matrícula do veículo. Os recursos variam de acordo com o peso do veículo, indo de 9 UFIRs, equivalente a R$ 10,78, para os carros que pesam até 650 kg, até 29 UFIRs, equivalente a R$ 34,74, para os veículos acima de 1,5 mil kg.
Qualquer cidadão que tenha prejuízos em virtude de buracos nas vias públicas deve recorrer a municipalidade a fim de ser restituído pelo prejuízo.

terça-feira, 29 de abril de 2008

Manifestantes protestam em Manila contra a importação de arroz nas Filipinas.

Alguns pontos do que entendi serem as causas da crise de alimentos que vem se alarmando esses dias.


1º Ponto: Crescimento da população mundial aliado ao desenvolvimento dos países emergentes


Segundo a ONU (Organização das Nações Unidas) a população mundial passará de 6,5 bilhões de pessoas em 2005 para 8,3 bilhões em 2030 e 9 bilhões em 2050. O efeito do aumento do número de pessoas que se alimentam ganha ainda mais peso porque a maioria delas nasce na Ásia e na África, onde o consumo de alimentos cresce em ritmo mais rápido devido ao desenvolvimento econômico desses continentes.
O que explica esses números é também o percentual que as pessoas mais pobres gastam com alimentação. Explico: se uma família pobre passa a ganhar mais, gasta 50% do seu orçamento com alimentação. O rico quando passa a ganhar mais não gasta mais com alimentação. Assim, o Brasil, a Índia e a China passaram a consumir mais alimentos.


2° Ponto: O petróleo é vilão sim, só está esquecido!
O produto está com seu preço em níveis recordes, o que causa impacto em toda a cadeia de produção e distribuição de alimentos. Quase todas as fazendas usam óleo diesel para movimentar as máquinas, e os fertilizantes possuem também diversos componentes vindos do petróleo. Além disso, o combustível mais caro eleva o preço do transporte dos alimentos para os centros consumidores, elevando o preço final da comida.
Só para ter uma idéia, o barril de petróleo em 2000 era por volta de US$30/barril, hoje é cerca de US$120, e a OPEP diz que pode chegar a US$ 200.


3º Ponto: Biocombustíveis – principalmente o milho dos Estados Unidos
Diversas entidades, como a ONU (Organização das Nações Unidas) e o FMI (Fundo Monetário Mundial), reclamam do desvio de parte da produção agrícola para a produção de biocombustíveis. O resultado, segundo eles, é que a oferta cai ainda mais em um momento de alta na demanda, causando a elevação dos preços. O caso mais criticado é o do milho, usado nos Estados Unidos para a produção de álcool, que levou à disparada do preço do produto no mercado internacional já no ano passado. Também criticam a substituições de lavouras tradicionais pelas de cana-de-açúcar, em um ataque direto ao Brasil --principal exportador de álcool do mundo e que usa a cana-de-açúcar para extrair o produto.


4º Ponto: Especulação Financeira (quanto pior, melhor) e queda do dólar
Quase todos os principais alimentos possuem mecanismos financeiros de compra e venda em um prazo pré-determinado, o que é chamado de mercado futuro. Nos últimos meses, os preços dos alimentos no mercado futuro dispararam devido à entrada de muitos investidores neste tipo de investimento. Eles apostam exatamente que estes preços irão crescer. Se isso ocorre, eles lucram, já que poderão vender o que têm a valores maiores do que o investido inicialmente.
E a queda do dólar influi numa espécie de alta dos preços para compensar a baixa do dólar, não entendo bem, mas se alguém quiser explicar...


5° Ponto: DESESPERO TOTAL E ABSOLUTO
Aí entra tudo, mídia, impedimento de exportação, etc, etc. Teve rede de supermercado que já proibiu que o consumidor compre mais de 9 kg de arroz... Nessa hora que descobrimos que 70% do trigo consumido no Brasil é importado da Argentina, até ontem dormíamos tranquilos, e hoje já pensamos em acordar sem pão francês!



Críticas à FAO

A FAO esteve praticamente subordinada às políticas globais de livre comércio, de privatização, de livre mercado e esteve muito complacente com os governos da América latina e do Caribe. A FAO é um organismo de governos, não há muita possibilidade de ir contra os próprios governos.

O que é a FAO?


Jacques Diouf, Diretor da FAO propõe subsídios ao Sul para compensar subvenções do Norte


Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) lidera os esforços internacionais de combate e erradicação da fome.



Criada em 1945, a FAO atua como um fórum neutro, onde todos os países, desenvolvidos e em desenvolvimento, se reúnem em pé de igualdade para negociar acordos e debater políticas.
Atualmente a FAO tem 189 países membros, mais a Comunidade Européia. Nossa sede central é em Roma, Itália, e nossa rede mundial compreende cinco oficinais regionais e 78 escritórios nacionais.
A FAO também é fonte de conhecimento e informação. Nós ajudamos os países a aperfeiçoar e modernizar suas atividades agrícolas, florestais e pesqueiras, para assegurar uma boa nutrição a todos.
Desde sua fundação, a FAO tem dado atenção especial ao desenvolvimento das áreas rurais, onde vivem 70% das populações de baixa renda, e que ainda passam fome.

Um Compromisso:
A FAO trabalha no combate à fome e à pobreza, promove o desenvolvimento agrícola, a melhoria da nutrição, a busca da segurança alimentar e o acesso de todas as pessoas, em todos os momentos, aos alimentos necessários para uma vida ativa e saudável.
Reforça a agricultura e o desenvolvimento sustentável, como estratégia a longo prazo para aumentar a produção e o acesso de todos aos alimentos, ao mesmo tempo em que preserva os recursos naturais.
Fonte: https://www.fao.org.br/faobrasil.asp
Convento de Santo Antonio - Igarassu-PE


Deu em O GLOBO
Santo Antônio perde subsídio de vereador
Parlamentares da Câmara de Igarassu agora vão dar contribuição do próprio bolso
De Letícia Lins:
Por pressão do Ministério Público, a Câmara Municipal de Igarassu, em Pernambuco, suspendeu o pagamento mensal de um salário mínimo a Santo Antônio. Considerado vereador da Casa desde os tempos do Império, o santo recebia uma remuneração perpétua. A verba era repassada a um convento construído em sua homenagem no município. Os vereadores revogaram uma lei de 1994. Antes dela, outra legislação, de 1951, conferia a Santo Antônio um benefício anual.
A recomendação para que o soldo do santo fosse suspensa partiu da promotora Maria Lizandra de Carvalho, que justificou não ver amparo legal na remuneração do santo.
O presidente da Câmara, Waldemir Nunes de Souza, o Maguila (DEM), que era contra a cassação do subsídio de Santo Antônio, informou ontem que os vereadores decidiram se cotizar para manter a tradição. Em vez de ter o subsídio pago pelo Poder Legislativo, o patrono agora receberá o valor mensal custeado pelos próprios vereadores. Cada um dará uma contribuição mensal de R$ 41,50.


Uma pitada de realidade - biocombustível!

Protestos mundiais, aumento do protecionismo, ataques aos biocombustíveis.
Por que a alta nos preços e a escassez de oferta estão no centro da disputa por alimentos

Todos os argumentos a favor do biocombustível no Brasil são em relação à cana de açúcar, pois temos espaço e "água", mas a edição da Carta Capital dessa semana traz um alerta!


"Mais uma vez, e como parece ser a característica nacional, o horizonte apresenta magníficas potencialidades. Resta, como sempre, cumprir a promessa. Na avaliação de Lucilio Rogério Aparecido Alves, professor da Esalq/USP, o sonho ainda está distante. Ele reconhece a inegável vantagem da produtividade do etanol da cana-de-açúcar (superior a qualquer outra cultura), mas entende que o governo se precipitou ao lançar o programa de biocombustíveis. “O anúncio ocorreu em um momento de euforia e otimismo mundiais com a energia limpa. Hoje, 90% do biocombustível brasileiro é produzido com soja, simplesmente porque não há outra matéria-prima disponível. Para se ter uma idéia, não produzimos mamona suficiente, e há usinas de processamento de biodiesel paradas por falta de material. As pesquisas com matérias-primas diferentes começaram apenas em 2007 e ainda são preliminares, essa é a realidade”, critica. "



É aí lembramos, soja-cerrado-amazônia-desmatamento!

segunda-feira, 28 de abril de 2008

Feiras Agroecológicas(Orgânica) em Recife


Feira Agroecológica de Boa Viagem, aos sábados!


O CENTRO DE DESENVOLVIMENTO AGROECOLÓGICO SABIÁ é uma Organização Não Governamental com Sede no Recife (PE), que trabalha com agricultores e agricultoras familiares desenvolvendo e multiplicando a agricultura agroflorestal, também conhecida como agrofloresta.


A agricultura agroflorestal melhora a qualidade de vida das famílias de agricultores e consumidores por produzir alimentos sem agrotóxicos e adubos químicos. É uma atividade que agrega valor aos produtos levados para as áreas de comercialização, além de preservar os recursos naturais. A terra é tratada, antes de tudo, como um ser vivo, e não apenas como um bem de consumo, feito para exploração. Por isso, as práticas agroflorestais seguem os princípios da natureza para recuperar o solo e conservar a vida.
Para praticar esta agricultura, o CENTRO SABIÁ incentiva a integração de jovens e mulheres na unidade produtiva familiar, desde o plantio até o beneficiamento e a comercialização. Valoriza, portanto, as novas relações de gênero e geração, resgatando nas mulheres sua atividade produtiva e reacendendo nos jovens e nas crianças a esperança de viver na agricultura.


FEIRAS AGROECOLÓGICAS

Espaço Agroecológico das Graças - Rua Souza Andrade – Atrás do Colégio São Luiz. Bairro das Graças – Recife/PE. Todos os sábados. Das 5h às 11h

Espaço Agroecológico de Boa Viagem - Praça Jules Rimet, por trás do 1º Jardim de Boa Viagem, próximo ao Parraxaxá – Recife/PE. Todos os sábados. Das 6h às 11h.

E a crise de alimentos mundial?

Essa semana proponho discutirmos sobre a crise de alimentos mundial e faço o "gancho" ou "link" com o texto sugerido ontem, copiando um trecho:
Mas a multifuncionalidade só emerge quando as paisagens estão dominadas por centenas de sítios pequenos e biodiversos, que, como os estudiosos demonstram, podem produzir entre duas e dez vezes mais por unidade de área do que as fazendas de grande escala. Nos Estados Unidos os agricultores sustentáveis, em sua maioria pequenos e médios agricultores, geram uma produção total maior que os monocultivos extensivos, e fazem isso reduzindo a erosão e conservando melhor a biodiversidade. As comunidades rodeadas por pequenos sítios apresentam menos problemas sociais (alcoolismo, drogadição, violência familiar, etc.) e economias mais saudáveis que comunidades rodeadas por fazendas grandes e mecanizadas.
No estado de São Paulo, no Brasil, cidades rodeadas por grandes extensões de cana-de-açúcar são mais quentes do que cidades rodeadas por propriedades médias e diversificadas. Deveria ser óbvio, então, para os consumidores urbanos, que comer constitui ao mesmo tempo um ato ecológico e político, pois ao comprar alimentos em mercados locais ou feiras de agricultores, há um retorno a um modelo de agricultura adequada para a era pós-petroleira, enquanto ao comprar nas grandes redes de supermercados, perpetua-se o modelo agrícola não sustentável.

domingo, 27 de abril de 2008

Erro corrigido, pode postar comentários agora!


Irene,tentei postar um comentário no seu blog, mas não consegui. Segue aí para você, beijos,Lili


Querida Irene,parabéns pelo blog. Coloco para vc e para o leitor uma sugestão de leitura fundamental sobre Freyre que desconstrói, coloca por terra, a tão bem aceita filiação de Freyre a Boas. Trata-se do livro GILBERTO FREYRE um vitoriano nos trópicos, de autoria de MARIA LÚCIA PALLARES-BURKE. Este , sim, um trabalho de pesquisa de fôlego, refinadíssimo e muito pouco conhecido e comentado. Boa leitura, beijos,
Eliane Veras

Textos a favor do biocombustível

Li esses textos por recomendação de uma "leitora do blog"(tou emocionada) e recomendo, podem imprimir e ler com calma, são muito bons.

AGRICULTURA FAMILIAR
Biodiesel traz expectativa de inclusão social no Norte e Nordeste
Maurício Thuswohl
Criado com o objetivo de gerar emprego e renda entre os agricultores familiares, o programa de biodiesel mudou a rotina de parte dos trabalhadores rurais em algumas regiões. No Norte, com o plantio do dendê, e no Nordeste, com o cultivo da mamona, os agricultores já vislumbram dias melhores.
http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=14960


A FALÊNCIA DE UM MODELO
Sistema alimentar na era pós-petroleira
Há 33 países hoje à beira da instabilidade social devido à falta e ao preço dos alimentos. Essa crise que ameaça a segurança alimentar de milhões de pessoas é o resultado direto do atual modelo industrial de agricultura dependente do petróleo.
Miguel A. Altieri - Alai Amlatina
Miguel A. Altieri é professor na Universidade da Califórnia (Berkeley) e membro da Sociedade Científica Latino-americana de Agroecologia (SOCLA)
http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=14955&editoria_id=7

E a favor do biocombustível?


Conversando sobre o assunto, uma das perguntas girou em relação ao aspecto ambiental, eis que o biodiesel provoca menos poluição que os derivados de petróleo. Mas ainda assim há argumentos contra, pois no caso da cana de açúcar, também polui no processo de produção quando ocorrem as queimadas. Mas resta indagar: qual o impacto dessa queimada comparado ao fator poluente do modelo petrolífero?


Primeiro Ponto: Quanto ao argumento da segurança alimentar, ou seja, de que o desvio de produção de alimentos para a plantação de produtos que servirão ao biodiesel provocarão a fome no mundo, já formei minha opinião que no caso do Brasil, com fronteiras agrícolas imensas, isso não será problema, ademais se o preço do petróleo estiver alto, o próprio custo dos alimentos subirá em razão do aumentos dos transportes. Disso estou convencida.


Segundo Ponto: Nesses 100 anos de exploração do petróleo não houve ajuda "aos pobres para se alimentarem" e não é o biocombustível que vai provocar a fome no mundo, o preço do barril de petróleo sempre influenciou a alta dos alimentos e isso ninguém contestou. Pergunto: a quem tem interessado o ataque ao biodiesel?


O petróleo está na mão de muitos dos países que tornam o mundo refém de políticas erradas. O poder econômico que o petróleo deu a países como a Arábia Saudita, Koweit, Irão e Emiratos Árabes Unidos é completamente questionável. Outros países como Angola e Nigéria mantêm governos corruptos no poder, sem "alimentar" seus pobres.


Será que mandar uma parcela da renda com combustíveis para a agricultura não é também uma forma de redistribuir rendas?


Ah, claro que se não existirem leis para controlar a destruição das matas haverá excessos, o que ocorrerá com qualquer outro tipo de finalidade, seja pra o biocombustível ou não.

sábado, 26 de abril de 2008

Quem é Jean Ziegler?


Jean Ziegler (de 71 anos) foi professor de sociologia na Universidade de Genebra e na Sorbone, em Paris. Foi deputado federal na Suíça, pelo Partido Socialista, entre 1967 e 1983 e entre 1987 e 1999. Suas críticas reiteradas ao segredo bancário fizeram-no conhecido na Suíça e no estrangeiro. Ele também é crítico contundente da globalização e seus efeitos. Jean Ziegler é relator especial da ONU pelo direito à alimentação desde o ano 2000.

Frases sobre o biocombustível


O relator especial das Nações Unidas pelo direito à alimentação(sociólogo suíço)Jean Ziegler acusou a União Européia, os Estados Unidos e o Japão de serem "totalmente hipócritas ao promoverem os biocombustíveis para reduzir a dependência na importação de petróleo".
Ele explicou que a aumento da demanda em biocombustíveis tem um custo humano. Ele poderá, segundo ele, provocar fome que pode causar a morte de "centenas de milhares de pessoas".
O relator destacou o exemplo do Brasil, onde cada vez mais as antigas plantações de cana são agora utilizadas para produzir biocombustível. As terras à disposição dos agricultores para sua subsistência não cessam de diminuir.
"Posso compreender os governos brasileiros ou mexicanos. Endividados, eles querem encontrar novos mercados mas, do ponto de vista do direito à alimentação é uma catástrofe."




Reação de Lula:


"Entendidos, em termos. Muitas vezes, palpiteiros. É muito fácil alguém ficar sentado em um banco da Suíça dando palpite no Brasil ou na África. É importante vir aqui e pôr o pé no barro para saber como a gente vive, a quantidade de terras que temos e o potencial de produção que temos"

"Não aceito porque eu jamais iria aceitar qualquer tipo de política que fizesse a gente comer nafta e fazer combustível de soja", afirmou. "O que tem de fazer, em vez de ficar chorando, é produzir mais alimentos."

O crescimento da produção de biocombustíveis irá inflacionar os preços de alimentos?

Hoje vou "copiar", eis que o pensamento traduz o "espírito" do blog: mas eis a fonte!http://carros.hsw.uol.com.br/biocombustivel-alimento.htm/printable

1. O que os biocombustíveis têm a ver com os alimentos que compramos?
Tudo. A matéria-prima do açúcar refinado, por exemplo, é a mesma cana-de-açúcar utilizada na produção do etanol. Enquanto no Brasil as culturas mais utilizadas para a produção de biocombustível são cana-de-açúcar, soja, palma (dendê) e mamona, nos EUA o alimento utilizado é o milho.

2. Aumento da demanda
Nós, consumidores, agora temos que dividir parte destes alimentos com um consumidor voraz: a indústria de biocombustíveis. A demanda por produtos que são usados tanto em biocombustíveis como em alimentos cresceu, e vai crescer cada vez mais. E, segundo a lei da oferta e procura (a mais inexorável das leis do capitalismo), os preços podem subir tanto para um mercado quanto para o outro. Se houver mais demanda de um lado, haverá um preço do outro.

3. Diminuição de outras culturas
Como produzir biocombustíveis virou febre no Brasil, os agricultores têm substituído suas culturas tradicionais (como mamão, laranja, cenoura, batata e outras), para plantar aquelas utilizadas na produção de etanol e biodiesel. A oferta destes alimentos, portanto, tende a diminuir, enquanto a demanda continuará a mesma. O resultado é o aumento dos preços de alimentos ao consumidor.

4. Aumento indireto de preços
Parte da alimentação dos bovinos, suínos e aves é composta por insumos utilizados na produção de biocombustíveis. Ou seja, pode ficar mais caro alimentar estes animais. E este aumento de custo será repassado aos consumidores - carnes e lacticínios podem ficar mais caros.

sexta-feira, 25 de abril de 2008

E o biocombustível?

Ilustração de Ingrid Hanusová

Lula voltou a defender, nessa semana, a produção de biocombustíveis pelo Brasil, negando que afete a segurança alimentar e disse que o Brasil está incomodando outros países.

Em relação ao plantio da cana de açúcar, todos do nordeste sabemos o quanto foi prejudicial essa monocultura ao desenvolvimento sustentável, seja do ponto de vista ambiental, seja do ponto de vista social. Afetou o pequeno produtor, que não tinha mais a sua terra para plantar, influenciando inclusive a sua alimentação. Veja o tipo de comida que se come nesses lugares, carne de sol e macaxeira, exatamente por que não havia mais como plantar outra cultura e criar seus próprios pequenos animais, em razão da expropriação da terra, toda destinada à monocultura da cana de açúcar.
Então, o discurso em negar que estas grandes extensões de terras plantadas somente com cana-de-acúcar, soja ou mamona irão tirar o espaço de outras lavouras ou ainda causar mais desmatamento no cerrado ou na floresta amazônica(caso da soja), deve ser visto com ressalva.
O pesquisador William Laurance, um dos autores sobre os biocombustíveis publicado na revista científica "Science", afirma que : "A produção de cana-de-açúcar usa muita água e ainda provoca a poluição dos rios próximos", explica o pesquisador. "Os fertilizantes nitrogenados usados em grandes quantidades nas plantações, após serem quebrados em óxidos de nitrogênio, também vão afetar a camada de ozônio".
Não tenho opinião formada, e você?


Vamos entender juntos?

quarta-feira, 23 de abril de 2008

23 de abril DIA DE SÃO JORGE!

Festa de São Jorge - Fé
Oração de São Jorge

Ó São Jorge, meu guerreiro, invencível na Fé em Deus, que trazeis em vosso rosto a esperança e confiança abra os meus caminhos. Eu andarei vestido e armado com as armas de São Jorge para que meus inimigos, tendo pés não me alcancem, tendo mãos não me peguem, tendo olhos não me vejam, e nem em pensamentos eles possam me fazer algum mal. Armas de fogo o meu corpo não alcançarão, facas e lanças se quebrarão sem o meu corpo tocar, cordas e correntes se arrebentarão sem o meu corpo amarrar. Jesus Cristo, me proteja e me defenda com o poder de sua santa e divina graça, a Virgem de Nazaré, me cubra com o seu manto sagrado e divino, protegendo-me em todas as minhas dores e aflições, e Deus, com sua divina misericórdia e grande poder, seja meu defensor contra as maldades e perseguições dos meus inimigos. Glorioso São Jorge, em nome de Deus, estenda-me o seu escudo e as suas poderosas armas, defendendo-me com a sua força e com a sua grandeza, e que debaixo das patas de seu fiel cavalo meus inimigos fiquem humildes e submissos a vós. Ajudai-me a superar todo o desanimo e alcançar a graça que tanto preciso: (fazei aqui o seu pedido) Dai-me coragem e esperança fortalecei minha FÉ e auxiliai-me nesta necessidade. Com o poder de Deus, de Jesus Cristo e do Divino Espírito Santo. Amém!


São Jorge rogai por nós!

O Brasil é agora imperialista?

Lugo disse que vai criar um equipe técnica para discutir "um preço justo" para a
energia de Itaipu que o Brasil compra do Paraguai.

Itaipu, as tarifas são justas?


Nas suas declarações ainda parecendo que estava num palanque, apesar de já ser confirmado sua vitória, Fernando Lugo disse que o preço a ser pago pelo Brasil havia que ser "justo" e que não aceitaria que fosse pago preço de custo, e sim, preço de mercado.


Primeiro Ponto: Ocorre que para entender esse processo temos que nos remeter ao acordo feito na construção de Itaipu, ocasião em que o Paraguai NÃO DESEMBOLSOU UM CENTAVO para a construção da maior hidrelétrica do mundo.


Segundo Ponto: Mas a dívida da parte que cabe ao Paraguai não é dívida externa do Paraguai, é dívida da própria Itaipu. "A DÍVIDA DE ITAIPU É DE ITAIPU". Inclusive ela terá que zerar em 2023, por que assim foi estabelecido no Tratado. Na época, apesar da Eletrobrás ter financiado, repassou o dinheiro ao Tesouro Nacional e esse deu o dinheiro para construir Itaipu.


Terceiro Ponto: Há cálculos diferentes, um para o preço do que é utilizado de energia elétrica por cada país, e outro, pela compra do excedente. A POLÊMICA É SOBRE A COMPRA DO EXCEDENTE, OU SEJA, A PARTE QUE O PARAGUAI NÃO USA. E nesse ponto o Brasil paga US$50 por megawatt/hora. Foi veiculado nos jornais do Paraguai que o Brasil depois de fazer seus cálculos só deixa chegar ao Paraguai US$3. O que não falaram é que nesse cálculo é abatido a parte da dívida que o Paraguai tem, referente ao financiamento de Itaipu na década de 60.


Quarto Ponto: A DISCUSSÃO É MAIS POLÍTICA QUE TÉCNICA, pois há um sentimento de abandono do povo Uruguaio dos governos anteriores, pois hoje o Paraguai, e mais notadamente Assunção, não tem uma boa energia porque não há linhas de transmissão à altura da captação de energia que Itaipu pode oferecer, é como ter um carro em casa e não poder colocar gasolina. Por que o Brasil compra o excedente do Paraguai, não o lesa na parte que lhe cabe. Ele que não usa. Essa discussão pode gerar um sentimento de rivalidade entre os dos "irmãos", pois palavras mal colocadas demoram anos para serem reformuladas.


Quinto Ponto: O tratado diz que a energia só pode ser vendida para o Brasil. MAS MESMO QUE O TRATADO FOSSE MUDADO, O PARAGUAI NÃO TERIA CONDIÇÕES DE VENDER PARA ARGENTINA OU QUALQUER OUTRO PAÍS PORQUE NÃO TEM INVESTIMENTO EM INFRA-ESTRUTURA, o que torna uma grande falácia essa questão de chamar o Brasil de imperialista.


E ao ponto que chegamos, não houve contradição entre Lula e Amorim, pois este falou em reaver tarifas e Lula falou que o Tratado não seria desfeito, continuaria como está. As tarifas são fatores reajustáveis de qualquer acordo. Cláusulas do acordo devem ser mantidas, e isso o governo manterá.


Bom, foi o que entendi disso tudo, e acho que passada essa fase de todo candidato ainda falar como candidato até tomar posse, tudo será revisto com harmonia.


Você acha que Lula manterá a liderança e saberá guiar mais essa crise?



Itaipu e os brasiguaios

Pelo menos eu descobri a origem dos "Brasiguaios"!
Como o espelho d'água da usina alagou diversas propriedades de moradores do extremo oeste do Estado do Paraná, houve muitas indenizações aos agricultores dessa região. Sendo as terras no Paraguai mais baratas, milhares emigraram para esse país, criando o fenômeno social dos brasiguaios - brasileiros e seus familiares que residem em terras paraguaias na fronteira com o Brasil.

terça-feira, 22 de abril de 2008

ainda o Paraguai...

MBaracayú (Paraguai) - O prefeito da cidade, Vilmar
Alba(brasileiro), diz, ao lado do
vereador Davi Bakes, que não há mais
conflito entre brasileiros e paraguaios por
causa de terra.
Em minhas palavras:

A economia do Paraguai tem o forte na agricultura, cerca de 50%, e a soja é um dos principais produtos.

Em razão da fronteira com o Brasil, muitos agricultores brasileiros têem migrado para lá, e comprado muitas terras. O investimento é tão alto que bancos brasileiros financiam agricultores nossos em terras paraguaias. Acontece que essa "ocupação" dos brasileiros tem gerado sentimentos de revolta nos agricultores paraguaios que não recebem incentivo do governo e não tem linha de crédito definida nos bancos, o que gera uma diferença absurda no próprio país. Por isso as últimas eleições no Paraguai tiveram tanta repercussão no Brasil, eis que a plataforma de campanha do recém-eleito foi rever as condições do Tratado de Itaipu e como foi eleito como candidato de oposição há que dar uma resposta aos "sem-terras" de lá que a todo momento ameaçam ocupar as terras dos BRASIGUAIOS.


Só para se ter uma idéia da "fusão", a cerca de 70 km da fronteira, depois que se cruza a Ponte Internacional da Amizade, está a cidade de San Alberto, e a 8km a cidade de Mbracayú, ambas tem prefeitos brasileiros! E ambos são do partido do presidente eleito, que defende uma reforma agrária. Mas os prefeitos-brasiguaios, negam conflito de terra em suas cidades!



Alguns dados sobre o Paraguai:


Recém-saído de uma ditadura militar de 35 anos --o governo do general Alfredo Stroessner, que teve fim em 1989--, o Paraguai é um país majoritariamente agrário, de economia instável, democracia frágil e 43% da população vivendo na pobreza. É o segundo país mais pobre da América Latina, perdendo apenas para a Bolívia.

O neoliberalismo em retirada nas relações de trabalho


"A oferta de empregos com carteira assinada voltou a bater recorde em março, com a abertura de mais de 200 mil vagas, perfazendo um total de 1,77 milhão de novos empregos formais criados nos últimos doze meses, segundo informa o Ministério do Trabalho e do Emprego. A notícia de recordes na criação de novas vagas, que se tem repetido a cada mês, é auspiciosa para os trabalhadores, que em anos recentes vinham sofrendo as conseqüências desestabilizadoras do desemprego.
De acordo com estimativa do presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Márcio Pochmann, com a expansão da economia nacional em torno de 5% o Brasil sob o governo Lula passou a gerar cerca de 2,5 milhões de empregos ao ano, em flagrante contraste com os anos do governo FHC, que se caracterizou por nada fazer nessa direção, na ilusão neoliberal de que a iniciativa de induzir a geração de novos postos de trabalho cabia exclusivamente ao mercado.
Isso é mais que suficiente, no entanto, para pôr abaixo alguns mitos sobre o mercado de trabalho brasileiro criados nas investidas liberalizantes da década de 1990. Então se dizia, por exemplo, que a elevação real do salário mínimo provocaria aumento do desemprego, fechamento de empresas, expansão do mercado informal (ocupações sem carteira assinada) e queda do salário real (aumento da inflação). Nada disso ocorreu, ao contrário. O que se observa sob o governo Lula é a contínua recuperação do valor real do salário mínimo, acompanhada da estabilidade monetária, queda do desemprego e da informalidade."

O trecho acima faz parte do artigo semanal do deputado estadual Rui Falcão (SP). Ele foi deputado federal, presidente do PT e secretário de governo na gestão Marta Suplicy. Leia aqui

segunda-feira, 21 de abril de 2008

Brasileiros no exterior remetem mais dinheiro do que o arrecadado com turismo ou a exportação de soja





Sabe qual o mais valioso produto de exportação da América Latina? A mão-de-obra. Um estudo do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) estimou que os trabalhadores latino-americanos no exterior enviam anualmente mais de 23 bilhões de dólares para seus países de origem – isso computando apenas as remessas feitas via banco. É um dinheiro suado, que o emigrante envia para ajudar a família ou fazer a poupança que um dia permitirá que abra um negócio na terra natal. Com 18 milhões de mexicanos vivendo nos Estados Unidos, o México é o país que mais recebe. São 10 bilhões de dólares por ano. É um dinheirão, que equivale a mais de dois terços de toda a exportação de petróleo do México. Em segundo lugar está o Brasil. Os mais de 2 milhões de brasileiros que moram fora enviam para cá cerca de 4,5 bilhões de dólares por ano. É uma quantia que equivale a menos de 1% do PIB, mas significa quase o triplo do que o país exportou de café no ano passado e mais que o total arrecadado com o turismo estrangeiro durante todo o ano.

Quantos brasileiros vivem no exterior?


Com base na última estatística oficial do Itamaraty, de 2005, o número de brasileiros no exterior é de 3,5 milhões. Destes, apenas 1,4 milhão estão em situação regular e apenas 397 mil se matricularam em alguns dos consulados ou postos gerais no exterior.
O país com maior número de brasileiros é o Estados Unidos, onde residem cerca de 1,5 milhão. No entanto, apenas 415 mil estão legalizados. Os dados do consulado de Boston dão conta da complexidade dessa situação. Lá, estima-se que vivam cerca de 300 mil brasileiros, mas apenas 50 mil regulares. Desses, apenas 1.004 estão matriculados no consulado.
A segunda maior comunidade de brasileiros no exterior está no Paraguai, com 450 mil residentes. Depois vem o Japão, onde vivem 350 mil brasileiros, a maioria como dekasseguis, como são chamadas as pessoas que deixam sua terra natal para trabalhar, temporariamente, em outra região. Desse total, 220 mil estão em Nagóia, onde o consulado registra uma situação incomum, já que 210 mil vivem em situação regular. Mesmo assim, apenas 11% estão registrados no consulado.
O quadro de regulares também é ruim na Europa, onde cerca de 140 mil brasileiros vivem na Itália, 130 mil em Portugal, e outros 120 mil na Espanha, país que registra nos últimos cinco anos um aumento considerável de ingresso de brasileiros e uma situação atípica com mais da metade deles matriculados nos postos do Itamaraty. É o caso de Barcelona, que recebeu 50 mil brasileiros, dos quais 28 mil estão registrados.

domingo, 20 de abril de 2008

Paraguai descarta urnas eletrônicas do Brasil


Em meio a acusações de interferência do Brasil nas eleições paraguaia, os partidos de oposição conseguiram bloquear o uso de urnas eletrônicas brasileiras na disputa deste domingo.
As urnas eletrônicas estão guardadas em um depósito da Justiça Eleitoral do Paraguai. A votação será toda em papel.
Uma mulher que representa interesses machistas! Como poderíamos discutir essas manifestações que não representam suas minorias-categorias, como Blanca Ovelar(mulheres) e outro exemplo, nos Estados Unidos, Barack Obama(negros)?
A maioria das pesquisas de intenção de voto antes das eleições sugeriam que Lugo passaria à frente da candidata colorada, Blanca Ovelar, a primeira mulher a candidatar-se à presidência, e do general da reserva Lino Oviedo.

Se Lugo de fato vencer as eleições deste domingo, todos os países do Mercosul passarão a ser governados por presidentes de esquerda: Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, além das nações associadas Chile e Bolívia e da Venezuela, atualmente em processo de ingresso como membro pleno.
Estados Unidos vêem com melhores olhos um negro do que uma mulher na presidência
Por Rita Siza
05.04.2008
No dia em que os Estados Unidos assinalaram o 40.º aniversário da morte do líder religioso Martin Luther King Jr., o país ficou a saber que uma maioria de 76 por cento dos americanos considera que o país está preparado para ter um Presidente negro - boas notícias para o candidato à nomeação democrata, Barack Obama, que ontem no Indiana se referiu à necessidade de terminar o trabalho iniciado pelo mártir do movimento pelos direitos cívicos dos anos 60.
Será que a questão nos Estados Unidos pode ser considerada a partir de uma disputa de negro e mulher , ou é só uma questão entre Hillary-Obama?

Diário de Pernambuco em braile com distribuição gratuita

Nesta quarta-feira, 16 de abril de 2008, o Diario de Pernambuco - depois de 182 anos de história - passa a ser impresso, também, em braile. O projeto, que vai circular diariamente, é inédito no Brasil. Cidadãos com necessidade especial vão receber o jornal gratuitamente.
O jornal Diario de Pernambuco lançará um periódico escrito em braile. Com cerca de 50 páginas, a edição circulará diariamente e será distribuída, gratuitamente pelas instituições de defesa dos direitos dos deficientes. A iniciativa é pioneira no Brasil. De acordo com o senso do IBGE, cerca de 240 mil pessoas no Recife (16% da população) têm algum tipo de necessidade especial. Dessas, aproximadamente 120 mil possuem algum tipo de deficiência visual.

sábado, 19 de abril de 2008

Menino bonito ai!


Só quero dizer hoje isso, menino bonito... ai! tirou meu ar, fiquei sem chão!

Quero tudo que eu posso lhe adiantar...cai na dança cai!

ai!



Céu é Céu, não dá pra comparar com ninguém, mas como eu não gostava da unanimidade que a Marisa Monte conquistou eu deixei de ouvir seus primeiros cds, e perdi tanto!


Então vou curtindo Céu sem ligar pra unanimidade! E ai!

quinta-feira, 17 de abril de 2008

Slow Food - Turismo Gastronômico - Recife

Slow Food Recife promove Tour Gastronômico

O Convivium Slow Food Recife realiza no próximo dia 26, com o apoio da Prefeitura da Cidade do Recife, um roteiro gastronômico urbano pelos seus Mercados Públicos, periferia e alguns recantos onde será possível degustar as mais incríveis preciosidades gastronômicas da cidade.
Integrando o Projeto Nordeste, Brasil, brasileiro, este é o primeiro de uma série de roteiros que pretendem valorizar e reconhecer todos os agentes que fazem a Cozinha Nordestina. Conhecer para reconhecer. Conhecer os Métodos tradicionais de cultivo, os lugares que praticam a velha e boa Comida Nordestina e identificar as singularidades do modo de fazer cada preparação são os objetivos deste Projeto.
Para tanto, será realizado um verdadeiro tour gastronômico pelas mais incríveis comunidades dos alimentos do Nordeste, pelos seus Mercados Públicos, botecos ou qualquer lugar que guarde e preserve as tradições alimentares do povo nordestino. Assim como, aprender a fazer queijo coalho, rapadura, a plantar o arroz vermelho, conhecer casas de farinha, a pesca do aratu, saborear um alfenim, umbuzada e caruru, Vivência, aprendizado e valorização!



1° Roteiro Gastronômico do Projeto – Data – 26/04/08 (Sábado)

Recife dos Mercados e dos Grandes Mestres da Cozinha Pernambucana

Primeira Parada – Café da manhã – Mercado da Encruzilhada – 7h-8:30h

Segunda Parada – Mercado da Boa Vista/Padaria Santa Cruz até Mercado de São José (Rua Velha, Casa da Cultura, Restaurante Leite, Pátio de São Pedro) – 9:30h- 11:30h

Terceira Parada – Bar da Geralda (Morro da Conceição) e Almoço no Restaurante da Mira (Casa Amarela) – 12h – 15:30

Serviço: Roteiro Guiado, Micro-ônibus com ar-condicionado, café da manhã e almoço. Valor: R$ 28,50
Informações: Thiago das Chagas – 81.88514906/ recife@slowfoodbrasil.com

quarta-feira, 16 de abril de 2008

Bolo de Rapadura, já que falamos na influência moura...

Ontem, comentamos a influência moura sobre Portugal, e de como essa "combinação" adoçou Portugal!

Então, resolvi colocar no blog uma receita de rapadura, já que o alfenim é a herança mais direta dessa influência moura.

Peguei a receita do site do Mais Você, e embora de rapadura, colocaram frutas cristalizadas e uvas passas, o que não tem nada a ver com o nordeste, e faz lembrar um pouco o bolo inglês. Esse bolo tem tanta personalidade que não precisa desses subterfúgios, tira tudo isso. Eu fiz duas vezes com rapadura derretida, então achei melhor ir direto na fonte e fazer logo com o melaço ou mel de engenho ou mel de cana, como queiram. Então substitui a rapadura por uma xícara de mel de engenho. Acrescentei também um cálice de vinho do porto, éeeeeeee , pra ficar bem caracterizado. Só não saberia como substituir o leite condensado por outra coisa mais nordestina... enfim, temos que ceder em alguns pontos, leite condensado é leite condensado! E o bicarbonato de sódio eu nunca tenho em casa, então resolvi tirar de vez da receita!

E acho que por isso não sou boa em doces, por que sempre quero fazer diferente e doces requerem uma certa tradição!

Segue o link, e a "minha" receita! Mas vai lá ver o vídeo, é muito legal! O louro José arrasa...rs.

BOLO DE MEL DE ENGENHO


INGREDIENTES


-1 xícara (chá) de mel de engenho ou a rapadura derretida com água no fogo
-250 g de manteiga sem sal
-1 lata de leite condensado
-4 gemas
-4 claras em neve
-2 xícaras (chá) de farinha de trigo
-1 colher (sopa) de fermento em pó


MODO DE PREPARO


Na batedeira junte a manteiga, uma lata deleite condensado, quatro gemas e bata até formar um creme branco. Bata por 5 minutos. Depois acrescente o mel de engenho. Desligue a batedeira e passe a misturar com uma colher a farinha de trigo e o fermento em pó. Misture bem. Passe a adicionar, delicadamente, quatro claras em neve. Em uma forma redonda de buraco untada e enfarinhada,despeje a massa e leve ao forno a 180 graus, por 45 minutos. Não espere esfriar para desenformar, pois o melaço pode grudar. E preste atenção, como o mel de engenho desce um pouco, preste muita atenção , esse bolo é fácil de queimar - eu que o diga...

Vou tirar foto e posto depois... esse bolo é tudo de bom, faça e diga que é com mel de engenho... e o cheiro do bolo é algo indescritível... se quiser aguçar o cheiro coloque um pouco de canela... afe, fica ótimo!

Se quiser fazer com rapadura, vá no site do Mais Você e pegue a receita lá, rs, eu deixo!http://receitas.maisvoce.globo.com/Receitas/Tortas_Bolos/0,,REC1215-7781-88+BOLO+DE+RAPADURA,00.html

terça-feira, 15 de abril de 2008

Capacidade do Português em se cruzar com outras raças!






Bernado Ricupero, recuperou-me!



Explico, em setembro do ano passado participei de um curso sobre a Formação do Pensamento Político Brasileiro com esse notável professor da USP, momento em que recuperei mihas leituras e me senti animada para retornar os estudos para então voltar aos planos do mestrado. Claro, passada a fase de gravidez e amamentação da cria.




Nesse momento eles nos colocou vários questionamentos sobre essa indagação: EXISTE UM PENSAMENTO POLÍTICO BRASILEIRO?




Enfim, para chegarmos a uma resposta, PRIMEIRO, PRIMEIRO, PRIMEIRO, ler Casa Grande e Senzala, de Gilberto Freire, ler Sérgio Buarque de Holanda no Raízes do Brasil, e finalmente Caio Prado Júnior no livro que postei abaixo.




Bem, Irene sempre Irene, comecei pelo último.




Antes li algumas resenhas do livro pela internet mesmo, fico impressionada com o número de informações, e algumas de professores sérios, que colocam à disposição seus estudos... que bom!




Mas do curso, transcrevo alguns trechos:



GILBERTO FREIRE:

PROBLEMA PARA A MISCIGENAÇÃO!



COMO LIDAR COM UM PAÍS BASICAMENTE MESTIÇO?



A grande descoberta de Freire foi substituir a categoria de raça pela de cultura, essa é a chave, e isso ele o fez através de seu orientador, pois foi aluno de Franz Boas(isso é importante).



Gilberto Freire tinha um racismo original o qual confessa na introdução do seu livro, achava que os mulatos e cafuzos eram doentes. Um método introspectivo...



A partir de Gilberto Freire há uma fase mais otimista ao valorizar a cultura.



Mas não se trata apenas de subsitituir a raça pela cultura, ele supera o mestre e vai além, há também a questão do ambiente( NEO-LAMARCK) --- A RAÇA SERIA ASSIM CARACTERES ADQUIRIDOS!



A mestiçagem seriam assim caracteres adquiridos! A mestiçagem ocorre principalmente num certo ambiente(família patriarcal brasileira).



PARÊNTESES.



AÍ EU comecei a perguntar a várias pessoas se lembravam da teoria evolucionista de Lamarck... ninguém lembrava , só da de Darwin. Tinha aquela história do pescoço da girafa, uma acreditava que o pescoço tinha crescido de tanto ela se esticar para alcançar as árvores mais altas e sobreviver, o outro acreditava que as girafas de pescoço mais longos íam sendo naturalmente selecionadas a ponto de só ficarem as girafas de pescoço longo, vcs lembram?.



Pois sim, lembra da a teoria de Lamarck, fica a pergunta: e aí? como usar o Lamarckismo para o conceito de raça? Espero responder quando ler Freire(eu bem íntima de Freire, de Caio...)




Vamos rever as aulas de biologia? he he




Teoria sintética da evolução(fonte Wikipédia) atire a primeira pedra quem nunca usou!
Lamarck
O primeiro a tentar explicar o processo da evolução foi Jean-Baptiste Lamarck(1744-1829). Lamarck combatia as idéias criacionistas e fixistas da época, e foi o primeiro a tentar explicar cientificamente o mecanismo pelo qual a evolução acontece. Para Lamarck, os seres vivos vão desenvolvendo determinados órgãos de acordo com suas necessidades de sobrevivência. Um dos exemplos mais conhecidos é o do pescoço da girafa. Segundo Lamarck, as girafas com pescoço comprido, eram descendentes de girafas ancestrais que provavelmente tinham pescoço curto, mas, com a necessidade de alcançar alimentos (folhagens das árvores), tinham que esticar o pescoço, e, com isso, o pescoço alongou-se. E essa característica adquirida foi transmitida aos seus descendentes, originando as atuais girafas de pescoço longo.Portanto, pelo uso e desuso da característica, e sua transmissão aos descendentes, ocorreu a evolução das espécies. E quando o organismo não necessita do órgão o mesmo se atrofia.A lei do uso e desuso ficou conhecida como a primeira lei de Lamarck. A segunda lei supõe que as características adquiridas pelo uso (ou atrofiadas pelo desuso) são transmitidas de geração a geração; é a lei da herança dos caracteres adquiridos. Sabemos hoje que as variações entre indivíduos depende da informação genética e que somente essas informações e as mutações dos genes podem ser transmitidas a uma geração seguinte. O biólogo alemão Weissman(1868 a 1876) conseguiu refutar as Leis de Lamarck:cortou a cauda de ratos durante várias gerações, e os seus filhotes continuavam a nascer com cauda. Por esse experimento, Weissman provou que essa característica adquirida pelos ratos-ausência de cauda-não foi transmitida a outras gerações.



Quando ler Freire posso voltar a essa questão.



Mas enfim para Freire há um equilíbrio de antagonismo no Brasil..etc, etc, etc, como hoje quero falar desse lado da colonização portuguesa por Caio, só queria comentar algumas coisas sobre Freire.



Ele era fruto da oligarquia pernambucana. Portanto o que me fica ainda como impressão e ainda com pouco estudo, é que ficava fácil justificar esse EQUILÍBRIO DE ANTAGONISMO entre a Casa Grande e a Senzala.



Quando ele diz que a raça ía além da cor, um dos exemplos meus preferido é quanto ao capitão do mato, que era negro, mas caçava outros negros, por que não se achava branco. E os filhos de senhores brancos com escravas tinham certo privilégio, e tinham que ser tratados como brancos, os mulatos eram assim



Como diz Caio, nos Estados Unidos uma gota de sangue negro tranforma o filho em negro, aqui no Brasil, uma gota de sangue branco torna o filho branco.



Então fica fácil dizer que aquela mucana que tinha deixado a senzala para ser mãe de leite do filho do fazendeiro, após anos na casa, era considerada "de casa"... e dizer, ah, ela gosa tanto do "seu filho de criação".



Isso só foi possível no Brasil...em todas as outrs colonizações não havia miscigenação entre o colonizador e o índio ou com o negro.



Pra mim esse é o grande barato do que estou lendo, por isso vou transcrever um pouco de Caio, pg.107.




"É este aliás o caratér mais saliente da formação étnica do Brasil: a mestiçagem profunda das três raças que entram na sua composição. Separei-as na análise que fiz acima para poder acompanhar com mais facilidade a evolução particular de cada uma. Mas são juntas que devem figurar; juntas e mesclando-se sem limite, numa orgia de sexualismo desenfreado que faria da população brasileira um dos mais variegados conjuntos étnicos que a humanidade jamais conheceu.


Não o era contudo ainda tanto no momento que ora nos ocupa. As três raças formadoras ainda continuavama contribuir, embora em proporções várias, mas todas regular e efetivamente, com novas infusões de sangue puro e fresco: os brancos pela imigração; os pretos pelo tráfigo; os índios pela incorporação contínua de indivíduos, às vezes de tribos inteiras que se submetiam em bloco à colonização. assim, a par da maioria mestiça, aparecem grupos menores, mas ainda de certo vulto, de elementos puros. Os pretos, em número esmagadoramente superior, os brancos e índios, provavelmente em equilíbrio numérico. Mas o processo de caldeamento marchava com rapidez: nada mais precário e instável que aqueles contigentes puros.


A mestiçagem, signo sob o qual se formou a etnia brasileira, resulta da excepcional capacidade do português em se cruzar com outras raças. É a uma tal aptidão que o Brasil deveu sua unidade, a sua própria existência com os característicos que são os seus. Graças a ela, o número relativametne pequeno de colonos brancos que veio povoar o território pôde absorver as masssas consideráveis de negros e índios que para ele afluíram ou nele já se encontravam; pôde impor seus padrões e cultura à colônia, que mais tarde, embora separada da mãe-pátria, conservará os carateres essenciais da sua civilização.


Teria contribuído para aquela aptidão o trato imemorial que as populações ocupantes do território lusitano tiveram com raças de compleições mais escura. Essa extremidade da Europa foi sempre, desde os tempos pré-históricos, um ponto de contacto entre as raças brancas do continete e aquelas outras cujo centro de gravidade estava na África. A invasão árabe mais tarde, senhoreando o território luistano durante séculos; a expansão colonial do séc. XV que prolongou o contacto do portugueses com os mouros, e os estabelece com as populações negras da África; tudo isto veio naturalmente favorecer a plasticidade do português em presença de raças exóticas."




OU SEJA,


VIVA OS MOUROS!


VIVA A "CAPACIDADE DO PORTUGUÊS EM SE CRUZAR COM AS OUTRAS RAÇAS" KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK


Não é à toa que a marca da colonização dos portugueses nos países que passou é o carnaval, os doces e o catolicismo(com suas festas de comemoração aos santos - dia de são pedro, de são joão), como diz um amigo meu: ih, fia, é festa!









segunda-feira, 14 de abril de 2008

Por que estou lendo Caio?


Quero completar a trilogia: Freire-Caio-Sérgio, e fazer uma pergunta simples que anda me perseguindo: por que tanto preconceito com a colonização portuguesa? Será que não foi melhor ser colonizados por eles... do que pelos espanhóis... colocarei alguns trechos dos livros para justificar minha pergunta... talvez eu não seja tão otimista quanto FRANCISCO WEFFORT que colocou, por exemplo, os jesuítas num altar, a ponto de pensarmos em agradecer a eles por não terem dizimado os índios como os espanhóis, que o fizeram em grande escala - até por que os índios, no México, viviam concentrados, e aqui no Brasil viviam dispersos. E ademais, a mata era mais amedrontadora para os portugueses que o mar(já dominado, menos poético que Fernando Pessoa). Mas enfim, li Weffort, no FORMAÇÃO DO PENSAMENTO POLÍTICO BRASILEIRO e ele diz que foi melhor dizimar aos poucos de que de uma vez só... irônico, não?


Mas também não quero ser tão pessimista a ponto de dizer que os portugueses só mandaram para cá os deserdados, bandidos, e tudo que não presta, afinal até a corte veio pra cá(rs, tá bom com tudo que não presta), mas vejo um preconceito aí, típico dos que se acham descendentes de italianos, de espanhóis(por que tudo que é rico se acha com um pé na Europa, ninguém tem pé na África ou em Portugal, só na Itália) kkkkkkkkkk


Vamos ver isso!

O que estou lendo - parte I


Caio Prado Júnior.


Primeiro intelectual a utilizar as teorias marxistas no estudo da História Colonial do Brasil. Caio nasceu na cidade de São Paulo em 11 de fevereiro de 1907. Pertencia à aristocrática família Prado, de certa tradição na sociedade paulista, dona de riquezas e importante participação na economia local.(ligado a economia cafeeira).

Estudou Direito na Faculdade de Direito do Largo São Francisco, onde se formou em 1928.

Desde sua juventude teve importante participação na conjuntura política nacional; de tendência políticas contrárias ao velho Partido Republicano Paulista, que representava os interesses dos fazendeiros de café, que dominavam desde a proclamação de República o cenário político nacional. Como oposição a essa corrente, formou-se em 1926, o Partido Democrático, o jovem Caio Prado inscreveu-se nele logo no ano de sua fundação, e nele atuou intensamente.

Desiludido com o plano político do Partido Democrático e do novo governo, em 1931 tornou-se membro do Partido Comunista (o que marcaria sua carreira política daí por diante) e passou a trabalhar para a formação e organização de suas bases políticas junto ao proletariado.

Homem de negócios, fundou a Editora Brasiliense e a Gráfica Urupês. À primeira, fundada com Monteiro Lobato, em 1944(era ligado aos modernistas). Pela editora publicou de 1955 a 1964 a Revista Brasiliense, editada por vários intelectuais.

Caio candidatou-se à cátedra de Economia Política na Faculdade de Direito do Largo São Francisco – embora conhecesse bem o conservadorismo da USP, pois lá estudara e se formara -, escrevendo uma tese intitulada Diretrizes para uma Política Econômica Brasileira. Sabia que não seria aprovado em função de suas posições socialistas, opostas demais a uma instituição tão conservadora.

Quando tinha cerca de 18 anos e retornava de uma viagem que fizera sozinho ao Oriente Médio, desejou então conhecer o Brasil, viajando pelos estados interioranos. A visão que teve marcou-o profundamente. Assombrou-se com a miséria e subdesenvolvimento discrepante dos países considerados modelos do capitalismo industrial. Ao mesmo tempo, observou a diversidade regional deste país.
Em 1934, Caio “descobriu” a geografia e sua utilidade, mérito que sempre atribuiu a Pierre Deffontaines, geógrafo francês que viera lecionar a matéria na recém inaugurada Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo.

Começando com Clarice Lispector




Mas há a vida
que é para ser

intensamente vivida,

há o amor.

Que tem que ser vivido

até a última gota.

Sem nenhum medo.

Não mata.

Clarice Lispector